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Quinta Coluna: Sócrates vs Jardim

José Sócrates conseguiu arranjar uma “aberta” na agenda e voou para a Madeira, a participar no comício socialista da Fonte do Bispo – uma espécie de contraponto miserabilista à concentração que todos os anos atrai milhares à festa do PSD no Chão da Lagoa. A sua ideia era óbvia: mostrar que é um político “corajoso” e não receia enfrentar Alberto João Jardim no seu próprio terreno. Saiu-lhe o tiro pela culatra. Ele bem tentou “mobilizar” os socialistas da ilha para uma campanha que já reconhece como “difícil” – mas o PS local, ainda por cima dilacerado por divisões internas, acredita tanto na vitória como nós na bondade do marxismo-leninismo. Jardim respondeu-lhe à letra: “Regozijo-me porque, sempre que o primeiro-ministro vem à Madeira, o Partido Socialista desce nos votos”, comentou o líder do PSD da ilha e chefe do Governo Regional. E, aliás, quem é Sócrates, afinal? “O PS tem 14 por cento de votos e eu não costumo fixar o nome dos secretários-gerais dos pequenos partidos”. Pode não se gostar do estilo, pode-se contestar esta ou aquela frase, pode-se achar que, por vezes, a oportunidade é discutível. O que não oferece dúvida é que, entre os políticos portugueses, Alberto João Jardim é dos raros que consegue pôr Sócrates no seu lugar. Foi atrevimento do secretário-geral do PS pensar que podia ir à Madeira em passeio triunfal e regressar “vitorioso” ao Herón Castilho. Mas o primeiro-ministro é mesmo assim: não costuma medir as consequências. Desta vez, o ‘boomerang’ atingiu-o em cheio. E a sentença final, na Madeira, virá a 27 de Setembro.

F.D.

Esta semana n'O Diabo

Na edição desta semana do Semanário O DIABO:

 

► Acordo com a Liscont escrutinada:

Procuradoria avança com investigação ao “negócio dos contentores” que beneficiou a Mota-Engil de Jorge Coelho

 

► O estado calamitoso da Economia portuguesa:

Já perdemos 200.000 pequenas e médias empresas desde que Sócrates é primeiro-ministro – denuncia Augusto Morais, presidente da Associação Nacional das PMEs

 

► “Não sou herdeiro do soarismo”, diz João Soares numa entrevista franca e descomplexada em que explica porque se candidata por Faro

 

► Guerra política transfere-se para a Internet:

As “barbaridades” que políticos, jornalistas e comentadores andam a escrever nos blogues, no Facebook e no Twitter

 

► Floresta portuguesa em risco de desaparecer:

As pragas estão a atacar sobreiros, azinheiras e pinheiros – e as associações de produtores acusam o Governo de nada fazer

 

► Testemunho:

As memórias de um serviçal do Palácio de Belém que trabalhou com sete Presidentes da República

 

► Opinião:

Artigos de Alberto João Jardim, Brandão Ferreira e Francisco Moraes Sarmento e ensaio de Adam Lerrick 

 

► “Atentado” na Câmara de Lisboa: bloguistas hasteiam bandeira monárquica nos Paços do Concelho!

O Diabo que o carregue: Francisco Anacleto Louça

Há em Portugal um mestre-escola disposto a ensinar-nos a viver em democracia: é o trotsquista Francisco Louçã, dirigente de uma coligação de extrema-esquerda que reúne “a nata” dos velhos defensores da ditadura do proletariado.

 

Ainda agora, mais uma vez a propósito de declarações de Alberto João Jardim, a luminária veio esclarecer o povo ignaro: “A democracia é a liberdade e diferença de opinião”. Isso, por acaso, até nós já sabíamos. O que não sabíamos era que ele sabia.

 

Que dissera Jardim? Apenas isto: já que a próxima legislatura terá poderes constituintes, aproveite-se para rever a Constituição da República no ponto em que ela condena um totalitarismo (“o fascismo”, expressão que hoje se presta a todos os equívocos e aproveitamentos) ignorando outros totalitarismos (como o comunismo).

 

Mestre Louçã não gostou. Compreendemos: embora aproveitando-se das liberdades que a democracia lhe concede, o chefe do Bloco de Esquerda não deixou, aparentemente, de ser um fervoroso adepto do totalitarismo comunista – ou então deixou e ainda não consegue confessá-lo. Vai daí, como é seu timbre, enveredou pelo ataque pessoal e pelo mero insulto.

 

“Como sabe, Alberto João Jardim foi um homem da União Nacional, fez parte do partido da ditadura em Portugal”, disse Louçã, “e portanto tem algum conhecimento por dentro da forma como se impõe uma ditadura e por isso creio que devia aprender um pouco mais com a democracia”.

 

É curioso ser Louçã a dar lições de democracia ao presidente democraticamente eleito do Governo Regional da Madeira. Não só pelo insólito da “acusação” em si mesma mas, sobretudo, pela óbvia falta de autoridade de Sua Excelência na matéria. Quem tem “algum conhecimento por dentro da forma como se impõe uma ditadura” – é precisamente ele, que a vem coerentemente defendendo desde os tempos de rapaz. Honra lhe seja: não se desviou um milímetro dessa linha, nem mesmo quando seu pai, o comandante Louçã, era ainda comandante do vaso de guerra que em 25 de Abril tentou disparar sobre as forças de Salgueiro Maia no Terreiro do Paço.

 

Há “democratas” que faziam melhor figura se ficassem calados.

 

FRA DIAVOLO

 

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